Qual é a versão europeia do S&P 500? Descobre o STOXX Europe 600


Quando se pensa no mercado acionista dos EUA, é quase inevitável lembrar-se do S&P 500.
Contudo, face ao protecionismo crescente e à instabilidade política nos Estados Unidos, muitos investidores europeus perguntam-se se não estarão demasiado expostos ao mercado norte-americano e começam a olhar para a Europa como fonte adicional de diversificação. Estudos demonstram que diversificar geograficamente os investimentos pode trazer ganhos de longo prazo e melhorar o desempenho da carteira. Então, por que não considerar a Europa?
A versão europeia do S&P 500 é o índice STOXX Europe 600, vulgarmente chamado STOXX 600. Como o nome indica, acompanha 600 das maiores empresas cotadas na Europa e representa cerca de 90 % do mercado investível. Para investidores da zona euro, tem ainda a vantagem de reduzir o risco cambial, já que aproximadamente 55 % do índice é denominado em euros. Vamos analisá-lo em detalhe.
STOXX 600: exposição ampla a 17 países
O STOXX 600 é altamente diversificado: inclui empresas de praticamente todas as grandes economias desenvolvidas da Europa - no total, 17 países. Encontramos nomes do Reino Unido, França, Alemanha, Suíça, Espanha, Suécia, Países Baixos, Itália e muitos mais. Eis o peso dos 10 principais países (junho 2025):
STOXX 600 vs. S&P 500: diversificação, sectores e moeda
Para além da diferença geográfica óbvia, há outros pontos a considerar quando se comparam os dois índices.
O S&P 500 é fortemente dominado pelo sector tecnológico (cerca de 32 %), enquanto o ponto forte da Europa é Industrial Goods & Services (14,4 %), seguido de Saúde (14 %) e Bancos (12 %); a tecnologia representa apenas 8 % do STOXX 600. Para quem pretende uma exposição elevada ao sector tech, isto pode ser uma desvantagem.
Segue-se a distribuição dos sete maiores sectores do STOXX 600:
No STOXX 600, nenhum país ou sector isolado domina os retornos e a maior empresa, a SAP (Alemanha), representa apenas uma fração do índice. Para além disso, por ser denominado em euros, reduz o risco cambial para quem investe em euros.
Desempenho: STOXX 600 vs. S&P 500
À data de junho de 2025, o STOXX 600 acumulou +7,44 % no ano (YTD), enquanto o S&P 500, convertido em euros, regista -7,82 %. Contudo, alargando o horizonte aos últimos 12 meses, o S&P 500 lidera (8,53 % vs. 5,75 %).
É um bom exemplo de risco cambial: com a desvalorização do USD em 2025, quem investiu no S&P 500 viu retornos negativos quando convertidos para euros. Se comprares um ETF do S&P 500 que sobe 5 % em dólares, mas o USD/EUR cai 7 %, o retorno em euros torna-se negativo.
Historicamente, porém, o S&P 500 superou o STOXX 600 quase sempre: desde 1992, obteve em média 10,64 % ao ano contra 7,82 %, com risco semelhante (desvio-padrão). Nos últimos dez anos, 100€ investidos em janeiro 2015 ter-se-iam tornado €355 no S&P 500 e €210 no STOXX 600 (dados Refinitiv até maio 2025):

Apesar disso, combinar ambos os índices traz benefícios de diversificação: reduz-se o risco específico dos EUA e suavizam-se oscilações na carteira. E como rentabilidades passadas não garantem futuro, a questão é: continuará o S&P 500 a liderar ou entramos num ciclo favorável à Europa?
Como investir no STOXX 600 - ETFs
Para obter exposição ao índice não é preciso comprar 600 ações; basta um ETF de baixo custo que siga o STOXX 600. Entre vários disponíveis, destacam-se dois:
Como investir no STOXX 600 (exemplo na DEGIRO)
Existem várias corretoras de bolsa; o processo é semelhante. No meu caso, uso a DEGIRO para comprar o Amundi STOXX Europe 600 UCITS.
Entra na plataforma e pesquisa “Amundi STOXX Europe 600 UCITS”. Verás o ETF listado em várias bolsas (todas em euros): XET (Deutsche Börse), TDG (Tradegate) e EPA (Euronext Paris):

Ao escolher, considera fatores como liquidez, comissões, horário e impostos. TDG tem horário alargado mas menor liquidez; se valorizas liquidez, XETRA costuma ser preferível.
Clica, seleciona “Comprar”, escolhe o tipo de ordem (Limit para preço garantido ou Market para execução garantida), indica a quantidade e submete.

Conclusão
Se queres investir na economia europeia, o STOXX 600 é a uma boa porta de entrada: abrange 17 países desenvolvidos e pode ser adquirido através de ETFs de baixo custo.
Espero que tenha sido útil!