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05.09.2025

O que são opções e como funcionam?

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As opções são um dos instrumentos financeiros derivados mais populares do mundo. Dizem-se “derivados” porque o seu valor depende de um ativo subjacente, podendo neste caso ser uma ação, um índice, um ETF ou até uma matéria-prima.

Apesar do seu boom recente entre os investidores, sobretudo nos Estados Unidos, a sua história é longa.

No século XVII, os comerciantes nos Países Baixos começaram a usar contratos deste tipo para reduzir os riscos do comércio de mercadorias. Esses acordos permitiam-lhes fixar antecipadamente o preço de bens que ainda não estavam prontos para venda, protegendo-se das variações inesperadas. 

Até aos dias de hoje, a lógica manteve-se: as opções evoluíram como uma espécie de “seguro” (hedging) contra oscilações de valor, e mais tarde passaram a ser usadas também em estratégias de investimento e especulação.

Nos dias de hoje, milhões de investidores negociam opções diariamente através de corretoras como a Robinhood, e desde 2020 o volume atingiu níveis recorde, impulsionado pelo fenómeno do fórum Reddit/wallstreetbets, onde se popularizaram histórias de grandes ganhos e perdas com opções.

É importante ter em conta que a maioria dos investidores particulares perde dinheiro ao negociar opções. Por isso, neste artigo vamos focar-nos no essencial: o que são opções, como funcionam, quais os riscos, se faz sentido investir nelas, onde é possível negociá-las e de que forma o conceito de alavancagem pode aumentar tanto os ganhos como as perdas.

O que são opções?

Uma opção é um contrato que dá ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço pré-definido (chamado preço de exercício ou strike price) até uma determinada data (data de expiração).

O ativo subjacente pode ser, por exemplo:

  • Ações (ex.: Galp, EDP)
  • Índices (ex.: S&P 500)
  • ETFs (ex.: MSCI World)
  • Matérias-primas (ex.: ouro, petróleo)

Existem dois tipos principais de opções:

  • Call: dá o direito de comprar o ativo a um preço fixo.
  • Put: dá o direito de vender o ativo a um preço fixo.

Por exemplo, imagina que a EDP está hoje a 4€ por ação e acreditas que o preço vai subir nos próximos meses. Decides então comprar uma opção de compra (Call) que te dá o direito de comprar ações da EDP a 4,50€ durante o próximo trimestre. O valor que pagas para ter esse direito chama-se prémio.

Se, antes da data de vencimento, o preço da ação subir para 5€, podes exercer a opção: compras a 4,50€ (o preço fixado no contrato) e vendes a 5€, ficando com a diferença (menos o prémio pago). Mas, se o preço nunca ultrapassar os 4,50€, não faz sentido exercer o direito. Nesse caso, deixas a opção expirar e a tua perda será o prémio pago inicialmente.

Para que servem as opções?

As opções nasceram como uma ferramenta de gestão de risco (hedging). O objetivo inicial era permitir que empresas e investidores institucionais protegessem os seus ativos contra movimentos adversos nos preços, como por exemplo:

  • Uma companhia aérea pode comprar opções de compra (Call) sobre petróleo para se proteger de uma subida inesperada no preço do combustível.
  • Um investidor com ações pode comprar uma opção de venda (Put) para garantir que consegue vendê-las a um preço definido, mesmo que o mercado caia.

Com o tempo, as opções passaram a ser usadas também por investidores particulares e profissionais em três grandes áreas:

  • Gestão de risco (hedging): proteger investimentos já existentes contra perdas.
  • Especulação: tentar lucrar com movimentos futuros dos preços, assumindo riscos elevados.
  • Estratégias avançadas: investidores profissionais combinam várias Calls e Puts para criar estruturas mais sofisticadas, gerar rendimento extra, apostar na volatilidade ou neutralizar riscos.

No entanto, é importante sublinhar que tanto as opções como outros derivados são instrumentos arriscados e de caráter especulativo. Por isso, não são necessariamente adequados para a construção de património de longo prazo por parte de investidores de retalho, como eu e provavelmente os leitores do Literacia Financeira.

Em termos simples, uma opção funciona como um bilhete para uma oportunidade:

  • Se o preço se mover a teu favor, usas o bilhete e beneficias.
  • Se não, o bilhete perde a validade e a tua perda fica limitada ao prémio pago.

Desta forma, negociar opções é na prática uma aposta especulativa sobre o movimento e o momento do preço de um ativo.

Quais são os tipos de opções?

Existem quatro posições básicas no mercado de opções. Duas são mais simples: comprar Calls ou Puts, e duas são mais avançadas, normalmente usadas por investidores profissionais: vender Calls ou Puts.

Comprar uma opção de Compra (Long Call)

  • Dá o direito de comprar o ativo a um preço fixo.
  • Usada quando se acredita que o ativo vai subir de valor.
  • Perda máxima: o prémio pago.
  • Potencial de ganho: ilimitado (quanto mais subir, maior o lucro).

Comprar uma opção de venda (Long Put)

  • Dá o direito de vender o ativo a um preço fixo.
  • Usada quando se acredita que o ativo vai descer de valor.
  • Perda máxima: o prémio pago.
  • Potencial de ganho: elevado, mas limitado até o preço do ativo chegar a zero.

Vender uma opção de compra (Short Call)

  • Obriga-te a vender o ativo ao preço fixo, se o comprador exercer.
  • Não pagas o prémio, recebes o prémio no início.
  • Usada quando acreditas que o preço do ativo vai manter-se estável ou cair ligeiramente (assim o comprador não exerce e ficas só com o prémio).
  • Perda potencial: ilimitada (quanto mais o ativo subir, maior a perda).
  • Ganho máximo: o prémio recebido.

Vender uma opção de venda (Short Put)

  • Obriga-te a comprar o ativo ao preço fixo, se o comprador exercer.
  • Não pagas o prémio, recebes o prémio no início.
  • Usada quando acreditas que o preço do ativo vai manter-se estável ou subir ligeiramente (assim o comprador não exerce e ficas só com o prémio).
  • Perda potencial: elevada (se o ativo cair muito, podes ser obrigado a comprá-lo bem acima do valor de mercado).
  • Ganho máximo: o prémio recebido.

Para simplificar estas diferenças, esta tabela resume cada tipo de posição:

Tipo de posição Direito / Obrigação Expectativa de mercado Perda máxima Potencial de ganho
Comprar Call Direito de comprar Subida Prémio pago Ilimitado
Comprar Put Direito de vender Queda Prémio pago Até o preço cair para 0
Vender Call Obrigação de vender Estagnação / Queda Ilimitada Prémio recebido
Vender Put Obrigação de comprar Estagnação / Subida Até o preço cair para 0 Prémio recebido

Como funcionam as opções?

Uma opção, sendo um contrato financeiro, inclui sempre alguns elementos fundamentais:

  • Ativo subjacente: define o que está a ser negociado.
  • Prazo de vencimento (data de expiração): indica até quando a opção pode ser exercida. Depois dessa data, o contrato expira e deixa de ter valor.
  • Preço de exercício (strike price): é o preço a que o comprador tem o direito de comprar (Call) ou vender (Put) o ativo.
  • Tipo de opção: pode ser uma Call (direito de comprar) ou uma Put (direito de vender).
  • Prémio: é o valor pago pelo comprador no início do contrato. Este preço é sempre apresentado por unidade do ativo (por exemplo, por ação).
  • Unidades (ou tamanho do contrato): cada contrato de opções representa um número fixo de unidades do ativo subjacente.
    • No caso das ações, a regra mais comum é: 1 contrato = 100 ações.
    • Noutros ativos (ETFs, índices ou matérias-primas), o número de unidades pode variar. Por exemplo, um contrato de opções sobre petróleo pode representar 100 barris.

Assim, para calcular o custo real do contrato, basta multiplicar o prémio pelo número de unidades que cobre. Por exemplo, se o prémio for 0,20€ e cada contrato representar 100 ações, o custo total do contrato será: 0,20€ x 100 = 20€.

Exemplo 1: Compra de uma Opção de Compra (Long Call)

  • Ativo subjacente: EDP
  • Data de expiração: 15 de setembro de 2027
  • Strike price: 4,50€
  • Tipo: Call (direito de comprar)
  • Prémio: 0,20€ por ação
  • Custo total do contrato: 0,20€ x 100 = 20€.

Cenários no vencimento:

  1. Se a ação subir para 5,00€ → еxercendo a opção: compras a 4,50€ e vendes a 5,00€.
  • Ganho bruto = (5,00 – 4,50) x 100 = 50€.
  • Menos prémio = 20€.
  • Lucro = 30€ (excluindo impostos e comissões da correta).
  1. Se a ação ficar nos 4,50€ ou abaixo → não compensa exercer.
  • Perda máxima = prémio = 20€.

Exemplo 2: Compra de uma Opção de Venda (Long Put)

  • Ativo subjacente: EDP
  • Data de expiração: 15 de setembro de 2027
  • Strike price: 4,50€
  • Tipo: Put (direito de vender)
  • Prémio: 0,25€ por ação
  • Custo total do contrato: 0,25€ x 100 = 25€.

Cenários no vencimento:

  1. Se a ação cair para 4,00€ → exercendo a opção: vendes a 4,50€ enquanto o mercado está a 4,00€.
  • Ganho bruto = (4,50 – 4,00) × 100 = 50€
  • Menos prémio = 25€.
  • Lucro = 25€ (excluindo impostos e comissões da correta).
  1. Se a ação ficar nos 10,00€ ou subir → não compensa exercer.
  • Perda máxima = prémio = 30€.

Exemplo 3: Venda de uma Opção de Compra (Short Call)

  • Ativo subjacente: EDP
  • Data de expiração: 15 de setembro de 2027
  • Strike price: 4,50€
  • Tipo: Call (venda)
  • Prémio recebido: 0,20€ por ação
  • Receita inicial: 0,20€ x 100 = 20€.

Cenários no vencimento:

  1. Se a ação ficar nos 4,50€ ou abaixo → o comprador não exerce.
  • Ficas com o prémio: Lucro = 20€
  1. Se a ação subir para 5,00€ → és obrigado a vender a 4,50€ enquanto o mercado está a 5,00€.
  • Perda = (5,00 – 4,50) × 100 – prémio recebido = 50€ – 20€ = 30€
  1. Se a ação disparar para 6,00€ → a perda aumenta drasticamente.
  • Perda = (6,00 – 4,50) × 100 – 20€ = 150 – 20 = 130€

Exemplo 4: Venda de uma Opção de Venda (Short Put)

  • Ativo subjacente: EDP
  • Data de expiração: 15 de setembro de 2027
  • Strike price: 4,50€
  • Tipo: Put (venda)
  • Prémio recebido: 0,25€ por ação
  • Receita inicial: 0,25€ x 100 = 25€.

Cenários no vencimento:

  1. Se a ação ficar nos 4,50€ ou acima → o comprador não exerce.
  • Ficas com o prémio: Lucro = 20€
  1. Se a ação cair para 4,00€ → és obrigado a comprar a 4,50€ quando o mercado está a 4,00€.
  • Perda = (4,50 – 4,00) × 100 – prémio recebido = 50 – 25 = 25€
  1. Se a ação disparar para 3,00€ → a perda é muito maior.
  • Perda = (4,50 – 3,00) × 100 – 25 = 150 – 25 = 125€

O que determina o preço das opções?

O preço de uma opção, chamado prémio, não é fixo. Ele reflete a probabilidade de a opção vir a ser lucrativa e é atualizado em tempo real pelas plataformas de negociação.

O preço de uma opção divide-se em valor intrínseco e valor extrínseco.

O valor intrínseco reage diretamente à direção do preço do ativo subjacente:

  • Quando o preço do ativo sobe, o valor de uma Call tende a aumentar, enquanto o valor de uma Put diminui.
  • Quando o preço do ativo desce, as Calls perdem valor e as Puts ganham.

Já o valor extrínseco é mais complexo e não segue uma relação linear. Ele depende de vários fatores que acrescentam “incerteza” ao preço da opção, que podem ser resumidos em três grandes fatores:

  • Tempo até à expiração: quanto mais tempo resta, maior a probabilidade de o ativo se mover, logo a opção vale mais.
  • Volatilidade implícita: se o mercado espera que o ativo oscile muito, o valor da opção sobe porque há mais hipóteses de lucro.
  • Distância em relação ao preço atual: opções com strike próximo do preço do ativo valem mais do que opções muito afastadas.

No entanto, os modelos matemáticos usados nas plataformas (como o Black-Scholes) consideram uma versão mais completa, baseada em sete fatores: o preço atual do ativo, o preço de exercício (strike), o tempo até expirar, a volatilidade implícita, a taxa de juro sem risco, os dividendos esperados e o tipo de opção (americana ou europeia).

Como funciona a alavancagem nas opções?

Uma das características centrais das opções é a alavancagem: com pouco capital inicial, consegues controlar uma posição muito maior do que se comprasses o ativo diretamente.

Por exemplo, uma única opção de compra (Call) dá-te o direito de comprar 100 ações. Isso significa que, com apenas algumas dezenas de euros (o prémio), consegues controlar uma posição que no mercado à vista exigiria centenas ou até milhares de euros.

Isto traduz-se numa posição altamente alavancada, muitas vezes até superior à que é possível com CFDs (Contratos por Diferença), que na Europa estão limitados por regulação a um máximo de 30x para pequenos investidores.

A lógica é simples:

  • Com ações: precisas de muito mais capital e o retorno é proporcional ao movimento do preço.
  • Com opções: o investimento inicial é muito mais baixo, mas o retorno percentual pode ser muito maior.

É precisamente isto que chamamos alavancagem: a capacidade de multiplicar o efeito do movimento do ativo subjacente.

Estratégia Investimento Inicial Valor no vencimento Lucro / Perda Retorno (%)
Comprar 100 ações da EDP a 4,00€ 400€ 500€ (5,00€/ação) +100€ 25.00
Comprar 1 contrato de opção Call (strike 4,00€, prémio 0,20€) 20€ 100€ (lucro bruto 100€ – prémio 20€) +80€ 400.00

Mas essa mesma característica também aumenta o risco:

  • Se a ação cair, quem detém ações ainda mantém algum valor (mesmo que seja inferior ao investido).
  • Já uma opção pode perder 100% do prémio pago e expirar sem qualquer valor, caso o mercado não evolua a teu favor.

Ou seja, as opções potenciam ganhos, mas também podem levar a perdas totais em muito pouco tempo.

Vale a pena investir em opções?

As opções podem ser ferramentas poderosas, mas também muito arriscadas, sobretudo para investidores de retalho.

Vantagens

  • Permitem proteger investimentos existentes.
  • Podem gerar retornos muito elevados com pouco capital, devido ao efeito da alavancagem.
  • Oferecem flexibilidade para montar estratégias adaptadas a diferentes cenários de mercado.

Desvantagens

  • A maioria dos investidores de retalho perde dinheiro a negociar opções.
  • A complexidade é elevada: não basta prever a direção do ativo, é preciso também acertar no prazo e na intensidade do movimento.
  • Existe um risco elevado de perder 100% do prémio pago.
  • Estratégias mais avançadas (como a venda de opções) podem implicar perdas potencialmente ilimitadas.

As opções podem fazer sentido para gestão de risco ou estratégias específicas, mas não são adequadas para a maioria dos investidores de retalho como forma de construir património a longo prazo.

Onde posso comprar opções?

As opções podem ser negociadas através de corretoras internacionais, que dão acesso aos principais mercados de derivados (EUA, Europa, Ásia).

Em Portugal, a maioria dos bancos não disponibiliza negociação de opções para investidores de retalho. Por isso, quem quer investir neste tipo de instrumento recorre normalmente a plataformas como a DEGIRO ou a Interactive Brokers.

Todas as corretoras exigem que o investidor realize um teste de adequação, para comprovar que entende os riscos deste tipo de produto.

DEGIRO

A DEGIRO é uma corretora europeia que permite negociar opções em mercados dos EUA e da Europa. É mais simples de usar do que a Interactive Brokers, mas tem menos ferramentas avançadas.

Comissões

  • 0,75€ por contrato.
  • Taxa mensal de conectividade: 5€.
  • Exercício da opção: 1€ por contrato.

Na plataforma podes filtrar opções por:

  • Empresa ou ETF subjacente.
  • Data de vencimento.
  • Preço de exercício (strike).
  • Tipo de opção (Call ou Put).

Interactive Brokers

A Interactive Brokers é considerada a corretora mais completa para negociação de opções a nível mundial, com acesso a praticamente todos os mercados (EUA, Europa e Ásia).

Comissões

  • EUA: a partir de 0,65 USD por contrato.
  • Europa: valores variam por mercado (normalmente entre 1€ e 2€ por contrato).
  • Sem taxas mensais de conectividade (ao contrário da DEGIRO)
  • Exercício da opção: cerca de 1 USD por contrato nos EUA

Disponibiliza tanto a plataforma avançada Trader Workstation (TWS) como uma solução mais simples, como o Client Portal (web), sendo mais adequada para quem procura uma experiência mais direta, onde disponibilizamos também um tutorial passo a passo para a compra de opções através da mesma:

Interactive Brokers - Opções da Apple (exemplo)

Se tiveres interesse, explora uma destas corretoras, os contratos de opções que oferecem, e investe por ti mesmo!

Bónus: Porquê opções em vez de simplesmente comprar ações?

Se acreditas que uma determinada empresa vai valorizar, a forma mais direta de investir é comprar ações dessa empresa. Mas as opções oferecem uma forma diferente de apostar nesse movimento, com algumas vantagens e desvantagens.

A grande diferença é que as ações representam a propriedade da empresa, enquanto as opções são contratos que te dão apenas o direito de comprar ou vender essas ações a um preço fixo, durante um prazo limitado.

Característica Ações Opções
Natureza Representam propriedade real numa empresa (direitos de voto, dividendos). Contratos derivados cujo valor depende da ação subjacente.
Horizonte temporal Podem ser mantidas indefinidamente. Têm prazo de validade (expiração).
Custo inicial Pagas o preço total da ação. Pagas apenas o prémio (muito mais baixo).
Risco de perda Se a ação cair, podes perder parte ou todo o capital investido, mas manténs a ação. Se a opção expirar fora do dinheiro, perdes 100% do prémio.
Potencial de ganhos Ganhas proporcionalmente à subida da ação. Maior alavancagem: com pouco capital, controlas o equivalente a várias ações.
Participação na empresa Sim: direitos de voto e dividendos. Não: não tens qualquer participação, apenas o direito de transação.
Complexidade Simples de entender e gerir. Mais complexas: exigem conhecer estratégias e riscos associados.

Conclusão

As opções são contratos que dão o direito (não a obrigação) de comprar ou vender um ativo a um preço definido até uma data limite. Servem para cobertura de risco (hedging), especulação e estratégias avançadas, mas trazem riscos elevados: alavancagem, prazo finito e complexidade.

Para institucionais, podem ser úteis na gestão de risco. Para investidores de retalho, devem ser usadas com muita cautela e não como estratégia principal para construir património a longo prazo.

Se avançares:

  • Começa pequeno e assume que podes perder 100% do prémio.
  • Sabe o que estás a comprar: ativo subjacente, prémio, strike, expiração, valor intrínseco/extrínseco.
  • Define regras de saída (perda máxima/objetivo) e respeita-as.
  • Verifica os custos antes de operar.
  • Usa-as apenas se tiveres um perfil de risco elevado.

É importante lembrar que os mercados, no curto prazo, são muitas vezes irracionais e imprevisíveis

Podemos esperar boas notícias para uma empresa e, ainda assim, ver a sua cotação cair.

Essa é a natureza do mercado: nem sempre reage de forma lógica ou imediata às notícias, ou simplesmente essa informação já era esperada e estava refletida no preço. Esta imprevisibilidade que alimenta o lado altamente especulativo das opções.

Por isso, entende bem os riscos antes de investir. Só depois decide se este tipo de instrumento faz sentido para ti.

Autor
Pedro Torres é licenciado em Engenharia Informática. Divide o seu tempo entre a programação e o mundo das finanças e dos investimentos. Vive atualmente na Holanda, mas mantém um forte apego às suas raízes em Portugal, procurando contribuir para a literacia financeira dos portugueses.