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30.07.2025

Como escolher o melhor PPR para ti? Dicas & erros a evitar em 2025

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Um PPR (Plano Poupança Reforma) é um instrumento de poupança e investimento criado para servir como um complemento à pensão pública disponibilizada pela Segurança Social na reforma.

É um dos investimentos mais comuns dos portugueses e, em termos simples, trata-se de fazer entregas periódicas (ou aplicações únicas) num produto financeiro específico, deixando o dinheiro render ao longo dos anos até ser altura de o resgatar.

A grande vantagem é que o Estado incentiva estes planos com benefícios fiscais atrativos, como vamos ver a seguir.

Diferentes tipos de PPR

Existem dois principais tipos de PPR: sob a forma de seguros e sob a forma de fundos.

  • Os seguros PPR são, como o próprio nome indica, geridos por seguradoras. Estes normalmente têm capital garantido e, como tal, a sua rentabilidade tende a ser reduzida, assim como o seu risco. Além disso, alguns destes garantem uma rentabilidade mínima.
    • Existem também os seguros United Link, que, embora sejam seguros, não têm capital garantido e são mais semelhantes aos fundos PPR.
  • Já os fundos PPR são geridos por sociedades gestoras de  organismos de investimento coletivo e normalmente não têm garantia de capital. Isto significa que podem ser mais arriscados e, por isso, também tendem a produzir maiores retornos no longo prazo.

Se tiveres curiosidade, lê a nossa análise dos PPRs com capital garantido mais rentáveis e dos PPRs mais rentáveis em 2025.

Dentro dos PPR sobre a forma de fundos existem vários níveis de risco, geralmente classificados numa escala de 1 (baixo risco) a 7 (alto risco).

Esta classificação depende dos ativos em que o fundo investe e da volatilidade expectável dos mesmos.

Por exemplo, um fundo PPR que aplique uma fatia grande, digamos 70%, em ações será classificado com risco mais alto (e potencial rentabilidade superior) do que outro que invista no máximo 20% em ações.

Ao escolher um fundo PPR, deves olhar para a política de investimentos e ver se encaixa no teu perfil. Muitos PPR indicam na ficha do produto a percentagem máxima de ações e o nível de risco atribuído, assim como rentabilidades passadas; a sua leitura é essencial.

Escala de risco de PPR - imagem ilustrativa

Nota, contudo, que, como indica a peça escrita pelo jornalista Luís Leitão, nos últimos 5 anos, apenas 13% dos PPRs no mercado conseguiram superar a taxa de inflação!

Destes 13%, a esmagadora maioria deles encontrava-se na classe de risco 6 e classe de risco 7, mostrando que, para horizontes alargados, o risco pode ser um aliado. Isto não deixa de ser irónico, uma vez que os PPRs em forma de seguro têm, de longe, a maior quota de mercado.

Benefícios fiscais de um PPR

Os benefícios fiscais de um PPR são o grande motivo pelo qual uma grande parte dos portugueses têm um.

Ora, de forma sucinta, existem 2 benefícios fiscais: à entrada ,em sede de IRS, e à saída, na taxa de tributação reduzida.

Benefícios fiscais à entrada

Quando subscreves um PPR, podes deduzir parte do valor em sede de IRS (até ao limite máximo de deduções), dependendo da tua idade. Nota que esta dedução “concorre” com as restantes deduções à coleta (saúde, educação, lares, etc.) e está sujeita ao limite global de deduções, que varia consoante o rendimento.

  • Até 35 anos: dedução máxima de 400€, para um investimento anual de até 2.000€.
  • Entre 35 e 50 anos: dedução máxima de 350€, para um investimento anual de até 1.750€.
  • Mais de 50 anos: dedução máxima de 300€, para um investimento anual de até 1.500€.

Se estas condições já te parecem interessantes (a possibilidade de deduzir no IRS parte do valor que investes todos os anos), espera até ouvires as condições favoráveis à saída.

Tem em atenção que só deves usufruir destes benefícios se o teu objetivo for apenas resgatar o PPR dentro das condições previstas na lei (que já vou explicar a seguir), porque, se o resgatares fora das condições, terás de devolver ao Estado o valor deduzido, com uma penalização de 10% por cada ano.

Benefícios fiscais à saída

Aqui, depende se vais resgatar dentro das condições previstas na lei ou não.

  • Dentro das Condições
    • Tributação das mais valias à taxa reduzida de 8%!
  • Fora das Condições: Se decidires resgatar fora das condições, pagarás uma maior taxa de imposto, embora bastante mais favorável do que a normal.
    • Tempo de permanência inferior a 5 anos: 21,5%
    • Tempo de permanência entre 5 e 8 anos: 17,2%
    • Tempo de permanência superior a 8 anos: 8,6%

Para beneficiar das taxas reduzidas de imposto descritas acima de 17,2% e 8,6%, é necessário que pelo menos 35% das entregas tenham sido feitas na primeira metade do contrato. Caso contrário, aplica-se sempre a taxa de 21,5%, independentemente do tempo de permanência. Ou seja, imagina que tens um PPR no valor de 10.000€ investidos ao longo de 10 anos. Se o quiseres resgatar e quiseres pagar 8,6%, então pelo menos 3.500€ deverão ter sido entregues nos primeiros 5 anos do PPR.

Em todos os casos, o imposto é retido na fonte, isto é, o montante que vais receber já é líquido e, por isso não terás de o declarar no Modelo 3 do IRS, , a menos que queiras optar pelo englobamento, o que pode ser vantajoso em alguns casos.

Condições de resgate previstas na lei

As condições de resgate previstas na lei, onde não existem penalizações de resgate e a taxa de tributação é de 8%, são as seguintes:

  • Ter atingido mais de 60 anos de idade (o PPR deve ter sido subscrito há pelo menos 5 anos);
  • Ter-se reformado por velhice;
  • Ser desempregado de longa duração ou ter incapacidade permanente para o trabalho (do participante ou de membros do seu agregado familiar);
  • Confirmar-se uma doença grave do participante ou de membros do seu agregado familiar.
  • Pagamento de prestações de contratos de crédito garantidos por hipoteca sobre imóvel destinado a habitação própria e permanente do participante.

Como vês, o objetivo original dos PPRs é para servir como um complemento à reforma, mas podes usá-lo como veículo de investimento e poupança.

Como decidir qual é o melhor PPR para mim?

A escolha do melhor PPR recai sobre vários fatores.

Primeiro, é necessário saber qual é o horizonte temporal que temos para o investimento, o que pode afetar quão arrojados somos na sua escolha. Geralmente, se o horizonte temporal de investimento for mais alargado, há uma maior capacidade de suportar oscilações do mercado. Apesar disso, a população portuguesa é bastante cautelosa e prefere PPRs com capital garantido, que muitas vezes não remuneram sequer à taxa de inflação.

Dito isto, é crucial perceberes qual o teu perfil de risco, porque o melhor PPR para ti é aquele que não te faz perder o sono. Se uma queda de 10% do teu investimento te assusta e pode levar-te até a retirar o dinheiro daquele investimento, então deves ter isto em atenção antes de investires em produtos arriscados.

Uma avaliação mais precisa do teu perfil de risco pode ser feita através de ferramentas como a do Doutor Finanças. Não podendo tomar esta decisão por ti, saliento o facto de, em horizontes temporais alargados, poder fazer sentido contratar um PPR sem capital garantido, dados os maiores retornos potenciais.

Para além destes fatores, é crucial considerar as comissões, que podem comprometer o retorno real do PPR e não devem ser negligenciadas, sobretudo em PPRs com capital garantido. Ainda, podemos olhar para o histórico de rentabilidade do PPR e perceber se tem tido um desempenho favorável, embora devamos sempre considerar que o retorno passado não garante retornos futuros.

Nos PPRs, como em qualquer investimento, a transparência e reputação da entidade gestora são fundamentais. Antes de mais, deves sempre verificar que a entidade é certificada pela CMVM ou pela ASF, as reguladoras deste tipo de produtos.

Podes usar também o comparador da ASF para os PPRs, que agrega centenas de dados num sítio só:

Comparador de PPRs da ASF

Nota: screenshot do comparador da ASF, escolhidos os PPRs ligados a fundos de investimento. O comparador da ASF, utilizado para esta análise, inclui apenas os PPR sob a sua supervisão direta e, por isso, estão excluídos, por exemplo, produtos sob a forma de Fundos de Investimento Mobiliário (OICVM). Assim, esta comparação não cobre a totalidade da oferta disponível no mercado.

Atualizações relevantes

  1. Atualização da idade da reforma

Como a idade de reforma serve de gatilho para o levantamento sem penalizações, quem queira resgatar em 2025 só o pode fazer automaticamente depois de atingir os 66 anos e 7 meses.

  1. Fim do resgate sem penalização para a amortização de créditos à habitação

A norma transitória que permitia resgatar PPR sem penalização para amortizar créditos-habitação caducou a 31 de dezembro de 2024; desde 1 de janeiro de 2025, esses resgates voltam a implicar devolução do benefício fiscal e demais penalidades.

  1. Lançamento da plataforma da ASF para comparação de PPR

Recentemente, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões disponibilizou uma plataforma online que já agrega dados de 940 PPR sob a forma de seguros, permitindo comparar custos, rentabilidades e garantias numa única página.

Erros comuns a evitar na escolha do PPR

  1. Escolher um PPR apenas pelo benefício fiscal

O benefício no IRS ajuda, mas não transforma um produto caro ou mal gerido num bom investimento. Primeiro, identifica PPRs com boas rentabilidades, risco adequado e custos baixos; depois avalia o impacto fiscal. Este deve ser visto como um bónus sobre um bom produto, em vez de disfarçar um mau investimento.

  1. Não maximizar os benefícios fiscais

Entre outras razões, os PPR destacam-se precisamente pelos incentivos fiscais que a lei lhes atribui. Mesmo que não tenhas total conhecimento sobre o funcionamento do produto, os benefícios fiscais acontecem de forma automática. Isto significa que, ao subscrever um PPR, o benefício fiscal à entrada está garantido, pois o valor investido é automaticamente incluído na tua declaração de IRS, sem necessidade de qualquer ação adicional da tua parte. Para não usufruíres desse benefício, terias de retirar manualmente o PPR da declaração de IRS.

Além disso, a dedução fiscal à saída também é automática, desde que cumpras as condições previstas por lei. Portanto, mesmo sem ação ativa, ao manter o PPR de acordo com os requisitos legais, usufruirás automaticamente das vantagens fiscais à entrada e à saída.

No entanto, se não maximizares as possibilidades de dedução, seja porque investes menos do que o limite elegível para dedução ou porque fazes resgates fora das condições que dão direito à taxa reduzida de 8 %, acabas por pagar mais imposto hoje, receber menos amanhã e reduzir a rentabilidade líquida do produto. Na prática, transformas uma ferramenta pensada para maximizar o crescimento da tua poupança num investimento comum, com as mesmas comissões e restrições. Ou seja, abdicar dos benefícios fiscais equivale a cortar uma fatia significativa do retorno efetivo e torna o PPR objetivamente menos competitivo face a outras alternativas de longo prazo.

  1. Não rever o PPR ao longo do tempo

Quando subscreves um PPR, a tua escolha é feita com base no teu horizonte, tolerância ao risco e situação financeira atual. Mas esses três fatores mudam inevitavelmente à medida que a tua vida também muda. Por isso, manter um PPR em piloto automático pode trazer alguns problemas, desde risco desajustado a comissões que se tornaram mais elevadas ao longo do tempo ou, pelo menos, menos competitivas do que as dos concorrentes.

Se, de facto, encontrares outro PPR que se adeque mais aos teus objetivos, podes transferir o teu dinheiro do PPR antigo para este, ficando esta transferência a cargo da entidade responsável pelo PPR. Para os PPR que não têm capital garantido, a transferência é totalmente gratuita; se o plano oferecer garantia de capital ou de rentabilidade, pode existir uma comissão, mas está legalmente limitada a 0,5 % do montante que transferes.

  1. Assumir que todos os PPRs têm capital garantido

Como referi anteriormente, apenas alguns PPRs têm capital garantido. Antes de subscrever, confirma se há garantia explícita e decide se preferes pagar por essa proteção ou aceitar mais risco em troca de ganhos potenciais maiores.

Casos práticos

  1. Jovem com 30 anos e perfil dinâmico

Esta jovem pretende investir num PPR para potenciar o crescimento dos seus investimentos a longo prazo. O seu horizonte temporal é bastante alargado, uma vez que o seu objetivo é complementar a reforma que lhe será atribuída pela Segurança Social. Este horizonte temporal permite-lhe aceitar um nível de risco mais elevado, tendo tempo para recuperar de eventuais quedas do mercado.

Estratégia possível: fundo PPR dinâmico (nível 5-7 na escala de risco), com uma fatia dominante de ações e sem capital garantido. O dinheiro deve ser investido regularmente, para diluir o risco de “comprar no pico” e fazer mudanças que sejam necessárias ao longo dos anos.

  1. Adulto com 50 anos e perfil moderado

Neste caso, ainda faltam vários anos até à reforma. Esta pessoa quer que o dinheiro cresça acima da inflação, mas sem grandes oscilações que o façam desistir. Aguenta alguma variação anual, já tem um fundo de emergência constituído e pretende aproveitar a dedução em IRS, mantendo-se disciplinado com reforços regulares.

Estratégia possível: Um fundo PPR de risco moderado (exposição equilibrada entre ações e obrigações), sem capital garantido, mas com comissões competitivas. O dinheiro deve ser investido regularmente e, mais perto da reforma, o PPR deve ser modificado gradualmente de modo a ser mais conservador, para reduzir o impacto de quedas fortes imediatas antes dos resgates.

  1. Reformado que quer beneficiar fiscalmente com segurança

Já está reformada (ou dentro das condições de resgate) e quer usar o PPR como complemento estável à pensão, preservando o que juntou e evitando flutuações bruscas do investimento. Procura simplicidade: levantar o que precisa, pagar pouco em impostos e não deixar o dinheiro estagnar totalmente.

Estratégia possível: Fazer resgates faseados (mensais ou anuais) dentro das condições legais, com as mais valias tributadas a 8%, revendo uma vez por ano se o produto, custos e necessidades ainda fazem sentido.

Conclusão

Para que valha a pena investir num PPR, este tem de encaixar no horizonte que definiste para o teu investimento, no teu perfil de risco e no objetivo que queres atingir.

É uma ferramenta poderosa, mas tens de fazer alguma pesquisa. Nunca te esqueças de comparar comissões, histórico e grau de risco. Lê a Ficha de Informação Fundamental, verifica os custos anuais e retira todas as dúvidas que tiveres com o teu banco ou seguradora. Estas fichas incluem métricas muito importantes como rentabilidades passadas, comentário do gestor, evolução da unidade de participação, entre outros.

Mantém os reforços frequentes e faz um “check-up” ao PPR regularmente; se encontrares uma solução melhor, transfere, porque isso é simples e muitas vezes gratuito.

E, finalmente, lembra-te: o PPR é uma ferramenta de longo prazo, não um produto milagroso. Escolhe-o com calma, ajusta-o de acordo com a tua situação e objetivos, e dá-lhe tempo para crescer.

Autor
Tiago Freitas é licenciado em Economia e está a concluir o mestrado em Finanças na Católica Lisbon SBE, onde exerce a função de research assistant. Concluiu o nível I do CFA, e pretende contribuir para o aumento da literacia financeira dos Portugueses.