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08.09.2025

PPR ou Certificados de Aforro: qual escolher?

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Se estás a dar os primeiros passos no mundo da poupança e investimento, provavelmente já te deparaste com esta dúvida: Certificados de Aforro ou Plano de Poupança Reforma (PPR)?

Ambos são populares entre os portugueses, mas adequam-se a perfis de investidor muito diferentes.

Neste artigo, clarificamos todas as dúvidas!

Certificados de Aforro: melhor opção sem risco e flexível

Se estás a começar e queres algo seguro, líquido e previsível, os Certificados de Aforro (CA) continuam a ser um “porto seguro”. 

Em setembro de 2025, a taxa base da Série F estava em 2,028% bruta, revista mensalmente pela Euribor 3M, com teto de 2,5% e prémios de permanência crescentes (até +1,75% nos anos 14-15). 

É possível resgatar após 3 meses, parcial e sem penalizações. 

Ponto fraco: com a inflação ~2,8% (estimativa), no curto prazo os Certificados de Aforro podem não proteger totalmente o poder de compra, embora os prémios ajudem à medida que o prazo aumenta.

PPRs: melhor opção para longo prazo e aproveitar benefícios fiscais

Os PPR servem objetivos de longo prazo e podem ter capital garantido (seguros) ou não garantido (fundos). 

Têm, regra geral, comissões (subscrição, gestão e, por vezes, resgate) e regras de liquidez mais apertadas, ou seja, o objetivo é resgatares apenas perto da reforma, ou terás penalizações.

Em contrapartida, oferecem benefícios fiscais: dedução à coleta de 20% até 400€/350€/300€ (consoante a idade) e tributação reduzida (8%) no resgate se cumprires as condições legais. 

Fora dessas condições, aplicam-se 21,5% / 17,2% / 8,6% conforme a antiguidade do contrato. 

Mas atenção: Muita gente não aproveita os “teóricos” 20% por concorrência com outras deduções. O benefício fiscal médio real dos últimos 10 anos foi de apenas 2,2% do valor investido, em vez dos 20% permitidos por lei. Isto acontece porque o benefício fiscal compete com outras deduções (dependentes, saúde, etc.). Por exemplo, uma pessoa que ganhe o salário mínimo e que não pague IRS, não tem acesso a este benefício fiscal, pois ele é uma dedução do imposto a pagar. Logo, não havendo imposto a pagar, não há dedução possível.

Queres saber mais sobre PPRs? Consulta os nossos artigos dedicados:

Comparação rápida: PPR vs CA

Critério Certificados de Aforro (CA) PPR
Emissor/garantia Estado (IGCP) Privado (bancos/seguradoras/gestoras)
Risco de Capital Muito baixo De baixo a elevado (depende do produto)
Rentabilidade Regra geral, maior rentabilidade (análise em baixo) Regra geral, menor rentabilidade (análise em baixo)
Liquidez Resgate após 3 meses, parcial, sem penalização Restrita; penalizações/condições para taxa reduzida
Comissões Sem comissões Frequentes (subscrição/gestão/resgate)
Fiscalidade Retenção 28% (podes englobar) Entrada: 20% de dedução fiscal no IRS; saída: 8% de imposto nas condições; fora: 21,5%/17,2%/8,6%
Horizonte típico Curto a longo (versátil) Médio-longo (idealmente até à reforma)
Perfil ideal Conservador; liquidez e simplicidade Tolerância ao risco; horizonte longo; otimização fiscal

Rentabilidade - PPR vs Certificados de Aforro

Ano/Período Planos Poupança-Reforma (PPR) Certificados de Aforro (CA) Inflação
1990 a 2009 (média) 4,0% 4,2% 3,7%
2014 a 2024 (10 anos) 1,6% 4,2% 1,9%
2019 a 2024 (5 anos) 1,8% 2,9% 3,1%
2021 a 2024 (3 anos) 1,3% 2,9% 4,8%
2024* (até 16 de dezembro) 7,5% 1,8% 2,3%

Dados de “Como Salvar a Minha Reforma” e ECO.

Como podes ver, com a excepção de 2024, em todos os períodos os certificados de aforro renderam mais do que os PPRs.

É importante realçar que estamos a analisar o mercado como um todo: podem ter havido PPRs que tenham tido uma performance muito superior. E resultados passados não são garantia de retornos futuros.

1990 a 2009

Se considerarmos o histórico de rentabilidades, e de acordo com o estudo “Como Salvar a Minha Reforma”, de 1990 a 2009, os PPR renderam ~1,54%/ano acima da inflação, enquanto os CA ~1,82%/ano.

Ou seja, neste período, os Certificados de Aforro renderam mais do que os PPRs, mesmo tendo muito menos risco e maior facilidade/flexibilidade de resgates

Isto mostra como comissões e volatilidade pesam no retorno líquido dos PPRs.

Hoje, continua a haver PPR bons, mas é preciso uma seleção exigente (custos baixos, política adequada ao teu risco/horizonte, histórico consistente) - e confirmar se o teu benefício fiscal efetivo é material.

2019 a 2024 (últimos 5 anos)

Neste período, a inflação média em Portugal foi de 3,1%/ano. Os dados do ECO mostram que:

  • 89% dos PPR ficaram abaixo da inflação, ou seja, perderam poder de compra.
  • Apenas 15% dos PPR bateram o seu índice de referência.
  • Rendibilidade média anualizada da maioria dos PPR: ~1,6% bruta.
  • Certificados de Aforro: cerca de 2,91% a 5 anos e 4,2% líquidos a 10 anos, batendo claramente os PPR.

2014 a 2024 (últimos 10 anos)

Segundo os cálculos do ECO, os PPR apresentaram uma rendibilidade anualizada média bruta de apenas 1,6%, enquanto os Certificados de Aforro alcançaram cerca de 4,2% líquidos. A diferença é expressiva, mesmo antes de considerar as comissões típicas dos PPR.

2024 isolado (ano excecional)

Graças à recuperação dos mercados financeiros, a média dos PPR foi de 7,5% em 2024. Contudo:

  • Apenas 1 em cada 5 PPR conseguiu bater o seu índice de referência.
  • A maioria não tem consistência: ganhos fortes num ano, mas anos anteriores muito fracos, ficando atrás dos CA em horizontes mais longos.

Qual escolher?

Escolhe Certificados de Aforro se procuras segurança, liquidez, simplicidade fiscal e retornos estáveis (ainda que modestos no curto prazo).

Escolhe PPR se tens horizonte muito longo, toleras volatilidade, investigas bem custos e qualidade, e aproveitas mesmo os benefícios fiscais.

Outra opção é optares por uma estratégia mista, com parte investido em Certificados de Aforro, e parte em PPRs.

Checklist para te ajudar a decidir

  • Vais precisar do dinheiro nos próximos 8–10 anos? O teu benefício fiscal real em PPR é mesmo relevante? (Não assumas 20% “automáticos”.)
  • O PPR tem custos totais baixos e histórico coerente com o teu perfil de risco?
  • Tens disciplina para manter o PPR até às condições legais de resgate?

Conclusão

Como já deves ter reparado, não existe uma resposta certa, nem um instrumento “melhor”. Rentabilidades passadas não garantem resultados futuros. Faz a tua própria pesquisa e decide por ti mesmo.

Em geral, Certificados de Aforro são preferíveis para segurança e simplicidade; PPR só se tiveres horizonte longo de investimento, tolerares volatilidade e aproveitares de facto a fiscalidade.

Outra solução possível é adotarmos uma estratégia mista: parte em CA + outra parte investida em PPR.

Queres saber mais? Lê esta análise da ECO, com dados muito interessantes sobre a performance de PPRs e de Certificados de Aforro.

Encontraste algum erro no nosso artigo? Contacta-nos! Temos todo o gosto em ouvir o teu feedback!

Autor
A Joana tem mestrado em Bioengenharia, trabalha atualmente no mundo da consultoria e é administradora da maior comunidade do Discord de Literacia Financeira em Portugal. Tem como crença que a riqueza está no que fazemos com o conhecimento que adquirimos.