Como investir dinheiro e ter lucro mensal em 2025


Disclaimer: Este artigo é meramente informativo e não constitui aconselhamento de investimento. Faz sempre a tua própria análise ou consulta um profissional registado na CMVM.
Contar apenas com a segurança social para garantir uma reforma tranquila é, para muitos, um “risco” cada vez maior. Investir é cada vez mais uma necessidade para quem quer estabilidade, rendimento extra e liberdade a longo prazo.
Neste artigo, mostramos-te como começar a investir de forma consistente e a gerar lucros mensais, mesmo com pequenos montantes e sem complicações.
Planeia antes de procurares rendimento mensal
- Fundo de emergência: é uma reserva de dinheiro equivalente a 3 a 6 meses das tuas despesas essenciais, como renda, alimentação, transportes e saúde. Este valor deve estar num local seguro e de fácil acesso, como uma conta poupança, depósito a prazo ou simplesmente parado numa corretora.
- Objectivo claro: Saber por que é que estás a investir é tão importante como onde investir. Queres complementar o ordenado? Pagar a renda? Reinvestir tudo para acelerar a reforma FIRE?
- Prazo e tolerância ao risco: quanto mais regular queres o rendimento, menor a volatilidade que consegues aceitar. Se procuras um fluxo constante, é natural evitares ativos voláteis como ações especulativas ou criptomoedas. E lembra-te que aceitar mais risco sem compreender o impacto emocional e financeiro pode levar a decisões precipitadas
- Custos baixos e disciplina: rendimentos gerados pelos teus investimentos só são realmente eficazes se os custos forem controlados (as rentabilidades são esperadas, mas os custos garantidos); automatiza transferências mensais pois ajuda a suavizar o impacto das oscilações de mercado.
Podes guiar-te pelo nosso Guia introdutório à Literacia Financeira.
Fontes de rendimento mensal mais usadas em Portugal
O mercado português oferece várias opções de investimento, entre as quais se destacam:
- Contas/corretoras remuneradas: Algumas plataformas oferecem juros sobre o saldo disponível na conta. É uma opção simples, de baixo risco, e com pagamento de juros mensal, embora a rentabilidade ronde apenas os 2% brutos anuais.
- Depósitos a prazo: São soluções bancárias clássicas, ideais para perfis conservadores. O capital é aplicado por um período fixo. A rentabilidade varia entre 2% e 3%, e o risco é muito baixo, já que estão cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100.000€.
- Certificados de aforro: Emitidos pelo Estado português, pagam juros trimestralmente (e são capitalizados), com uma taxa que pode atingir até 2,5%, acrescida de bónus por permanência.
- Obrigações de grau de investimento: São títulos de dívida emitidos por empresas ou Estados com elevada solvabilidade. Têm pagamento semestral de juros e rentabilidades típicas entre 3% e 5%, com um nível de risco baixo a médio, dependendo do emissor.
- REITs e fundos imobiliários: Permitem investir no setor imobiliário sem comprar imóveis diretamente. Pagam rendimentos de forma mensal ou trimestral, com rentabilidades médias entre 4% e 6%, e um risco considerado médio.
- P2P lending: Esta modalidade consiste em emprestar dinheiro diretamente a particulares ou empresas através de plataformas online. Tem elevado potencial de retorno, entre 8% e 12% ao ano, mas envolve também maior risco de incumprimento.
- Arrendamento imobiliário: Investir em imóveis para arrendar continua a ser uma das formas mais tradicionais de gerar rendimento passivo. O rendimento mensal pode variar entre 3% e 7%, dependendo da localização e da gestão do imóvel. O risco é médio a alto, e exige uma gestão ativa ou delegada.
*intervalos médios em Junho 2025; podem variar.
Para uma análise mais aprofundada de cada uma destas opções, podes consultar o nosso artigo “Como e onde investir 1.000, 5.000, ou 10.000 euros?”.
Depósitos a prazo & contas remuneradas
- Quando usar: capital que vais precisar dentro de 12-24 meses ou para “estacionar” fundo de emergência com juros.
- Exemplo: Klarna paga 2,74% a 12 meses (pago mensalmente) ou BAI Europa 2,90% a 6 meses (recebes no final do período).
- Vantagem: capital garantido até 100,000€ pelo Fundo de Garantia de Depósitos (FDG).
Certificados de Aforro (Série F)
- Taxa indexada à Euribor 3 meses (teto 2,5%) + bónus de permanência .
- Juros capitalizam-se trimestralmente, mas podes programar resgates parciais para “transformar” essa taxa em fluxo mensal.
Obrigações & fundos de obrigações
- Cupões semestrais e volatilidade modesta; ideais para reforçar fluxo de caixa sem subir demasiado o risco.
- Para cupões mensais procura fundos “short duration” ou “ultra-short” com distribuição mensal.
Fundos imobiliários e REITs
- Rendas distribuídas com frequência (normalmente mensais ou trimestrais).
- Permitem exposição a imobiliário sem comprar casa.
- Observa a regra: payout ratio sustentável & dívida controlada.
P2P Lending (crowdlending)
- Plataformas como Mintos geram juros diários creditados ao investidor mensalmente.
- Risco: liquidez reduzida, dependência de originadores; começa pequeno e diversifica entre centenas de empréstimos.
Imobiliário físico
- Compra para arrendar continua a gerar rendas mensais, mas é intensiva em capital, envolve IMI, manutenção e risco de vacância.
- Taxa de IRS sobre rendas baixa para 25% (ou até 10% em contratos longos). Planeia as despesas de manutenção para não veres o rendimento evaporar.
Construir uma carteira equilibrada de rendimento mensal
Como exemplo ilustrativo, podemos alocar 10.000€ da seguinte forma (perfil conservador - moderado):
*pagos trimestralmente; valor médio mensal.
A ideia é combinar regularidade (depósitos, conta remunerada) com um rendimento um pouco mais elevado (ETF dividendos, P2P, REITs). Revê a carteira anualmente: se os juros dos depósitos caírem, podes deslocar parte para obrigações ou ETFs; se a Euribor subir, aumenta a alocação a Certificados de Aforro.
Não invistas em ações só porque pagam dividendos altos
Com os juros a níveis mais baixos face ao passado recente é comum ver investidores atraídos por ações que paguem dividendos.
À primeira vista parece uma decisão inteligente, afinal, é rendimento “garantido”, certo?
Errado. O pagamento de dividendos não cria valor adicional, ou seja, tu não “ganhas” dinheiro quando recebes um dividendo. Vamos imaginar uma empresa que vale 100€. Se tiver 5€ em caixa (dinheiro) e decidir distribuir pelos acionistas, estes recebem 5€, mas a empresa passa a valer 95€. Existe um ajuste na cotação da empresa que se reflete numa queda proporcional no preço da ação no dia do pagamento.
Mais importante ainda, ao receberes dividendos, pagas logo 28% de imposto e, caso queiras reinvestir esse valor, terás de o fazer com um valor menor (por causa dos 28% de impostos) e recomprar ações ao preço de mercado, frequentemente superior ao valor contabilístico da empresa.
Já se a empresa retiver e reinvestir esse capital por si, fá-lo de forma mais eficiente e sem impostos.
Isto não significa que empresas que pagam dividendos sejam más, mas sim que o critério “dividendos altos” não deve ser o fator principal numa decisão de investimento. O foco deve estar na qualidade da empresa, no uso eficiente do capital e no potencial de crescimento. Queres perceber isto em mais detalhe? Vê este vídeo completo::
Checklist rápido antes de investires
- Já tens fundo de emergência?
- Conheces as penalizações de mobilização antecipada?
- Produto cobre-te contra falhas (FGD, IGCP, diversificação de empréstimos)?
- Custos totais <1 %/ano?
- Estás confortável com a oscilação do capital em ETFs/obrigações?
- Sabes como declarar cada rendimento no IRS?
Conclusão
Ganhar lucro mensal de forma consistente não é magia: é a consequência de alinhar produtos certos, horizontal de tempo e boa gestão fiscal. Começa pequeno, reinveste parte dos rendimentos e revê a carteira periodicamente (6 em 6 meses, por exemplo).
Próximos passos
- Simula o teu fluxo de caixa usando a calculadora de juros compostos.
- Simula a tua independência financeira com a nossa calculadora FIRE.
- Explora os nossos recursos como a página livros, newsletters, Forúns, entre outros
