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20.05.2025

Como (e onde) investir o teu dinheiro em Portugal em 2025

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   Literacia Financeira

Depois de estruturares o teu orçamento, criares um fundo de emergência e trabalhares na redução das dívidas, poderás começar a olhar para o investimento como uma forma de fazer o teu dinheiro crescer a longo prazo.

Investir não é apenas para os “ricos” ou “especialistas em finanças”: hoje, com mais informação e ferramentas acessíveis, qualquer pessoa pode aprender a investir.

Porquê investir?

Guardar poupanças “à antiga” no depósito à ordem já não chega: a inflação corroi as tuas poupanças e o juro médio pago pelos bancos continua perto de zero.

Em média, a inflação tem sido de cerca de 2% ao ano desde 1999. Isto corresponde à inflação-alvo do Banco Central Europeu e traduz-se numa perda de poder de compra contínua:

Índice de preços no consumidor (IPC) português – Base de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE)

Num estudo realizado pela Comissão Europeia, estimou-se que a pensão para reformados em 2050 poderá ser de apenas 38,5% do seu último ordenado, mostrando novamente a necessidade da criação de um complemento à reforma.

A boa notícia é que hoje tens várias formas de pôr o dinheiro a trabalhar, mesmo começando com quantias pequenas.

Onde investir?

Existem inúmeros produtos de investimento, cada um com características, riscos e potencial de retorno diferentes. Eis alguns dos mais comuns:

  • Depósitos a Prazo: Contas bancárias com taxa de juro fixa por um período determinado. Têm capital garantido e são abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos (até 100.000€ por depositante e instituição).
  • Contas poupança: Para quem quer rentabilizar o seu dinheiro com capital garantido (até 100.000€ por banco) e manter a liberdade de movimentar a conta com prazos fixos.
  • Contas em corretoras com juros sobre dinheiro não investido: Algumas corretoras e bancos digitais oferecem juros sobre o dinheiro parado na conta. Esta solução pode ser prática se já utilizas uma corretora, mas deves garantir que a instituição é sólida e compreender os termos e condições.
  • ETFs (Exchange Traded Funds): São fundos negociados em bolsa que replicam um índice ou estratégia de investimento, oferecendo uma forma prática de diversificar a tua carteira. Através destes fundos podes estar exposto a uma ampla variedade de ativos, como ações, obrigações, matérias-primas ou até setores específicos da economia. Com custos geralmente baixos e gestão simplificada, os ETFs são uma solução ideal para investidores iniciantes. Por exemplo, podes investir num ETF que abranja ações globais, obrigações europeias ou mesmo matérias-primas, dependendo dos teus objetivos e perfil de risco.
  • Fundos de Mercado Monetário: Investem em instrumentos de dívida de curto prazo. Têm volatilidade muito reduzida, embora não haja garantia do Estado. São úteis se quiseres alguma diversificação e potencialmente maior liquidez.
  • PPR (Planos Poupança Reforma): Produtos desenhados para a reforma, com benefícios fiscais, o que pode ser interessante no contexto português. Exigem um compromisso mais prolongado e têm condições de resgate específicas.
  • Certificados de Aforro: Produtos de poupança emitidos pelo Estado português, com capital garantido. A taxa de juro é revista trimestralmente e podes resgatar a qualquer momento após os primeiros três meses. Oferecem um bom equilíbrio entre segurança e flexibilidade.
  • Certificados do Tesouro: Também emitidos pelo Estado português, com taxas de juro crescentes ao longo dos anos. São adequados para horizontes um pouco mais longos, mantendo um elevado nível de segurança.
  • Ações: Participações no capital de empresas. Podem gerar retornos muito elevados, mas também têm maior volatilidade. Exigem análise e alguma predisposição para suportar oscilações.
  • Obrigações: Empréstimos a governos ou empresas. Menos arriscadas do que as ações, oferecem rendimentos mais estáveis, embora geralmente mais baixos. São adequadas para equilibrar o risco da tua carteira.
  • Imobiliário: Investir em imóveis (compra para arrendamento, ou fundos imobiliários) pode oferecer rendas regulares e potencial de valorização. Contudo, exige geralmente um capital inicial maior e envolve custos de manutenção e gestão.

Tabela de comparação dos investimentos:

Instrumento O que é? Prós Contras
Depósitos a Prazo Contas bancárias com juro fixo e prazo definido Capital garantido; cobertura FGD 100 000 €; simples Juros baixos; dinheiro preso até à maturidade
Contas Poupança Contas bancárias com taxa bonificada e mobilização parcial Capital garantido; alguma flexibilidade de levantamentos Taxas modestas; regras/avisos prévios para mobilizar
Contas em Corretoras
(juros sobre saldo não investido)
Saldos em euros que recebem juro diário (ex. 2 %-2,4 %) Liquidez total; pagamento automático de juros Protecção de depósitos inferior/nula em algumas fintechs
PPR Planos de poupança para a reforma (seguros ou fundos) Benefício fiscal; taxa liberatória reduzida no resgate Penalizações e imposto extra no resgate antecipado; comissões
Certificados de Aforro Empréstimo ao Estado português, taxa indexada à Euribor Capital 100 % garantido; resgate após 3 meses; sem comissões Taxa máxima limitada (teto 2,5 %); pode ficar abaixo da inflação
Certificados do Tesouro Títulos do Estado com taxa crescente ao longo dos anos Capital garantido; rendimento previsível a 7 anos Dinheiro bloqueado 12 meses; retorno inicial baixo
Fundos de Mercado Monetário Carteiras de dívida de curto prazo e alta qualidade Volatilidade muito baixa; liquidez diária Não têm garantia de capital; rendimentos limitados
Ações Participações no capital de empresas cotadas Alto potencial de retorno; liquidez; dividendos Alta volatilidade; exige análise; risco de perda total
Obrigações Empréstimos a governos ou empresas Rendimento fixo; menor risco que ações Risco de incumprimento; preço cai se taxas sobem
ETFs Fundos cotados que replicam índices ou estratégias Diversificação instantânea; custos baixos; fácil compra/venda Risco de mercado ainda presente; tracking error residual
Imobiliário Compra direta de imóveis ou fundos imobiliários Rendas regulares; potencial de valorização; hedge inflação Necessita capital elevado; custos de manutenção; pouca liquidez

Risco, retorno e diversificação

Todos os investimentos envolvem algum grau de risco. Produtos mais arriscados podem oferecer retornos mais elevados, mas também apresentam maior probabilidade de perdas. O “segredo” está em encontrar o equilíbrio adequado ao teu perfil de investidor e horizonte temporal.

  • Diversificação: Espalha o teu capital por diferentes classes de ativos (ações, obrigações, imobiliário, etc.), setores e geografias. Ao diversificares, reduzes o impacto de uma eventual queda num único ativo, tornando a tua carteira mais resiliente. A diversificação é capaz de manter o mesmo retorno esperado de uma carteira, reduzindo o risco da mesma.
    • Exemplo: Na crise de 2008, quem tinha todo o dinheiro apenas em ações perdeu mais do que quem tinha parte em obrigações, ETFs globais e imobiliário. Diversificar é espalhar o risco.
  • Horizonte Temporal: O tempo é um aliado poderoso. A longo prazo, os mercados tendem a valorizar, e a volatilidade de curto prazo torna-se menos relevante.
    • Curto prazo (<3 anos): Depósitos a prazo, contas poupança.
    • Médio prazo (3-10 anos): Mistura de obrigações e algumas ações.
    • Longo prazo (>10 anos): Maior exposição a ações, aproveitando o crescimento económico global.

Tipos de investimentos por horizonte temporal:

Horizonte Investimentos Típicos Risco
Curto prazo Depósitos a prazo, contas poupança Baixo
Médio prazo Obrigações, ETFs mistos (obrigações/ações) Moderado
Longo prazo Ações, ETFs globais diversificados, Obrigações Moderado/Alto

Rentabilidade histórica de diferentes ativos financeiros

É essencial teres em conta os retornos históricos de cada classe de ativos, mas não te esqueças: resultados passados não garantem resultados futuros. Mesmo assim, podem dar-te uma perspetiva valiosa sobre o que podes esperar em termos de potencial de ganhos e riscos associados.

Podes realizar simulações da rentabilidade histórica de diferentes instrumentos financeiros através de ferramentas de backtesting como a Curvo e o Portfolio Analyser (desenvolvido por nós). Nota que os dados aqui apresentados podem não estar 100% corretos - se tiveres feedback, por favor, entra em contacto connosco.

1. Ações e obrigações

Segundo um estudo publicado no Credit Suisse Global Investment Returns Yearbook, ao analisarmos os retornos reais (descontando a inflação) de vários ativos ao longo de 122 anos, chegamos aos seguintes valores médios anuais:

  • Ações: 5,3%
  • Obrigações: 2%

No entanto, lembra-te de que existe uma relação entre risco e retorno. Ou seja, as ações apresentam maior risco (volatilidade) comparado com as obrigações.

2. Ouro

Desde 1978 até fevereiro de 2025, o ouro registou uma rentabilidade anual média aproximada de 6,27%. No entanto, este valor foi:

Ou seja, se optasses por manter um investimento em ouro nesse intervalo de tempo, provavelmente terias visto o teu poder de compra diminuir.

3. ETFs (Exchanged Traded Funds)

Os ETFs são fundos cotados em bolsa que replicam o desempenho de um índice, setor ou região. Por exemplo, se quiseres acompanhar o desempenho do mercado norte-americano, podes investir num ETF que siga o S&P 500, o principal índice dos EUA, composto por 500 das maiores empresas cotadas.

S&P 500

Historicamente, este índice tem registado um crescimento sólido. Desde 1988 e até final de 2024, o S&P 500 valorizou, em média, 11.53% ao ano (em euros e incluindo dividendos), superando largamente a taxa de inflação anual média em Portugal de 3,63% para o mesmo período.

Na tabela seguinte, vês o retorno anualizado do S&P 500 em euros para vários períodos:

Período Retorno acumulado Retorno anualizado
5 anos 108,74% 16,20%
10 anos 282,88% 14,54%
20 anos 837% 11,84%
30 anos 2.273% 11,13%
Desde Janeiro de 1988 5.562% 11,53%

Fonte: finance.yahoo.com; investing.com; ecb.europa.eu; koyfin.com

Podes fazer mais simulações na nossa calculadora do S&P 500.

Índice de Portugal (antes PSI20 - agora PSI)

Em Portugal, o principal índice - PSI - tem mostrado um desempenho aproximado anual de mais de 4% desde 1992 (contabilizando dividendos - retorno aproximado), superior à inflação média em Portugal (nos 2,67% no mesmo período).

4. PPRs e Certificados de Aforro

Os PPRs surgem frequentemente como uma solução de longo prazo para quem quer poupar para a reforma e, como qualquer produto, apresentam pontos positivos e negativos a considerar.

São estruturas de investimento que oferecem vantagens fiscais consideráveis no momento de investimento (deduções à coleta até 400€ com um investimento de 2.000€ por ano) como no momento de resgate dos mesmos (Até 8% de taxa sobre as mais valias).

No entanto, alguns profissionais desaconselham a subscrição de PPRs por considerarem que existem opções melhores no mercado, seja em termos de risco-retorno ou de custos de gestão e já tendo em conta os benefícios fiscais à entrada e saída.

De acordo com um estudo de David Almas que analisou 613 PPRs entre 1989 e 2009, a rentabilidade real (acima da inflação) foi de 1,54% ao ano.

No mesmo período, os Certificados de Aforro, com risco praticamente nulo (garantidos pelo Estado), apresentaram uma rentabilidade real de 1,82%.

Ou seja, apesar de os PPRs envolverem um risco superior aos Certificados de Aforro, não obtiveram um retorno proporcionalmente mais elevado.

Investir num PPR tanto pode ser "bom" como "mau". Muitas vezes acaba por ser a melhor opção, sobretudo se comparares com a opção de não investir ou de tentar fazê-lo sozinho sem qualquer conhecimento e acabar por cometer erros graves (por exemplo, escolher uma corretora insegura, fazer investimentos errados e sem estratégia, etc.).

5. Criptomoedas

Nos últimos anos, as criptomoedas, como a Bitcoin, ganharam destaque pela sua valorização acelerada. Muitos investidores alocam parte substancial das suas poupanças nestes ativos, atraídos pelo potencial de rentabilidade elevadíssima em períodos curtos. Contudo, é fundamental teres em conta que:

  • É um mercado recente, com pouco histórico para análise.
  • Apresenta uma volatilidade muito elevada e, portanto, um risco também elevado.
  • A regulação ainda é limitada, o que aumenta a incerteza.

Por isso, se estiveres a pensar em investir em criptomoedas, faz uma análise cuidada e pondera sempre a diversificação, evitando concentrares grande parte das tuas poupanças neste tipo de ativo.

Conclusão: onde colocar o teu dinheiro em 2025?

Investir o teu dinheiro nunca foi tão acessível como em 2025, mas com tantas opções, pode tornar-se confuso. A melhor estratégia vai depender dos teus objetivos, do teu horizonte temporal e da tua tolerância ao risco.

Se estás a começar, o mais importante é não deixares o teu dinheiro parado numa conta que não te rende nada. Mesmo pequenos montantes podem (e devem) ser investidos de forma consciente e estratégica.

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Consulta também a nossa lista de livros recomendados, canais de Youtube, e cursos de literacia financeira.

Espero ter ajudado!

Disclaimer: Esta informação não constitui aconselhamento ou recomendação financeira e não deve ser interpretada como tal. O autor deste artigo não é um consultor financeiro e, portanto, não está autorizado a prestar aconselhamento financeiro.

Autor
O Pedro é apaixonado por finanças, marketing, e tecnologia. É co-fundador do Literacia Financeira, entre outros projetos internacionais de comparação de serviços financeiros.