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08.07.2025

Como investir na bolsa em Portugal

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A bolsa pode ser um poderoso aliado para aqueles que querem fazer crescer o seu património. Com retornos anuais muitas vezes na ordem dos 2 dígitos, torna-se uma forma de empoderar as famílias que decidem investir nela. 

O problema, claro está, é que não é tão simples quanto parece. Exige trabalho e tempo e muitos não estão dispostos a percebê-la.

Hoje, vou explicar em maior detalhe o que é a bolsa de valores, para que serve, como podes investir nela e os principais erros cometidos pelos investidores.

Antes de mais, o que é investir na bolsa?

A bolsa é um mercado organizado onde se transacionam valores mobiliários, como ações, obrigações e ETFs. 

Investir na bolsa significa adquirir estes instrumentos financeiros com potencial de valorização. Por exemplo, ao comprares uma ação, tornas-te acionista da empresa, ou seja, passas a deter uma parte do seu capital. Já os ETFs (fundos cotados em bolsa) permitem-te investir em várias empresas ou ativos através de um único produto, oferecendo diversificação com custos reduzidos.

Enquanto acionista, podes ter rendimentos de duas formas: 

  • Se a ação valorizar ao longo do tempo, podes depois vendê-la por um preço mais alto (realizas mais-valias); 
  • também podes receber dividendos que a empresa distribua, que são a parcela dos lucros da empresa que é paga aos acionistas, proporcional à quantidade de ações que cada investidor possui.

Nota, contudo, que apesar de muitas empresas pagarem dividendos, podem deixar de os pagar se assim o entenderem. Isto pode acontecer por vários motivos, desde uma decisão estratégica da empresa a uma fase da economia mais difícil.

Investir envolve risco e, ao investir em bolsa, não existe capital garantido, podes tecnicamente perder o valor total investido, se o mercado cair. 

O valor dos ativos financeiros oscila consoante as condições de mercado, e rentabilidades passadas não constituem garantia de resultados futuros.

Ainda assim, investir é cada vez mais importante para o teu empoderamento financeiro. Apesar de haver vários mitos associados a este processo, como “Investir é só para ricos!” ou “É como apostar no casino!”, vamos desmistificá-los ao longo deste artigo. 

A própria comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, sublinha a relevância de colocar o dinheiro a trabalhar para ti. Poupar não chega e uma estratégia de longo prazo pode beneficiar de ativos sem capital garantido.

“Investimento na bolsa tem risco de perda, depósitos têm tido certeza de perda.”

    Maria Luís Albuquerque, comissária europeia

Quantas bolsas de valores existem?

Existem mais de 60 bolsas de valores em todo o mundo, com praticamente todos os países desenvolvidos a ter pelo menos uma. 

A maior bolsa do mundo é a Bolsa de Nova Iorque (NYSE), seguida pela NASDAQ, também em Nova Iorque. 

Em Portugal, a bolsa é a Euronext Lisbon, onde se transacionam os títulos das empresas cotadas portuguesas (que vamos ver já em maior detalhe).

Maiores bolsas por capitalização bolsista

Os horários de abertura e fecho das principais bolsas mundiais são os seguintes (na hora de Lisboa):

Mercados Abertura Fecho
Euronext (Lisboa, Paris e Amesterdão) 08h00 16h30
Madrid Stock Exchange 08h00 16h35
Frankfurt Stock Exchange 08h00 16h30
London Stock Exchange 08h00 16h30
Nasdaq e NYSE 14h30 21h00

A bolsa portuguesa

Na bolsa portuguesa, estão a cotar 43 empresas, muitas das quais já ouviste falar, como SONAE, NOS, EDP, BCP, entre outras.

No final de maio de 2025, o stock de ações cotadas totalizou 67,8 mil milhões de euros. Este valor está concentrado em 4 setores: energia, distribuição, indústria transformadora e banca. Olhemos para a composição do PSI, o principal índice português.

  • O setor energético é o maior da bolsa portuguesa, com empresas como a EDP, EDP Renováveis, Galp, REN e Greenvolt. Representa cerca de 35% da capitalização.
  • Segue-se o setor da distribuição. Aqui falamos de empresas como a Jerónimo Martins (dona do Pingo Doce) e da SONAE (dona do Continente, entre outros negócios).  
  • O setor financeiro, especialmente devido ao BCP, corresponde a cerca de 22,5 % do PSI.
  • A indústria transformadora (Navigator, Altri, Semapa, Corticeira Amorim) soma cerca de 10-12%.

Entre as maiores empresas do PSI, destacam-se a EDP (€16,1 mil milhões), a Jerónimo Martins (€14,5 mil milhões), a GALP (€11,2 mil milhões), a EDP Renováveis (€10,9 mil milhões) e o BCP (€10,1 mil milhões), refletindo a forte presença dos setores energético, da distribuição e financeiro no mercado nacional.

Maiores empresas listadas na bolsa Portuguesa

Hoje, investir a partir de Portugal é mais fácil do que nunca: plataformas digitais como a XTB, Interactive Brokers (e muitas outras) permitem aceder a bolsas internacionais com apenas alguns cliques. Também o podes fazer através do teu banco. Mas já falaremos deste ponto mais à frente.

Primeiros passos

Antes de aplicares qualquer montante, é essencial perceberes o teu objetivo. 

Primeiro, deves entender o horizonte temporal que pretendes para o teu investimento. Estás a investir para o curto prazo (por exemplo, um projeto dentro de 1 a 2 anos), médio prazo (5 a 7 anos) ou longo prazo (mais de 10 anos)?  

Além disso, até que ponto consegues lidar com oscilações no valor do teu investimento sem tomar decisões precipitadas? Conseguirias aguentar uma depreciação do valor dos teus investimentos na ordem dos 30%, ou é demais para ti?

Aqui, não há respostas certas ou erradas: depende sempre do perfil de cada um, dos seus objetivos e condições económicas. Fazer esta reflexão é um passo importante, porque estabelece o alicerce sobre o qual vão assentar os teus investimentos. Claro que, normalmente, investimentos com maior volatilidade têm maior potencial de retorno, mas se não te sentires confortável com isto, uma estratégia arriscada não será a mais indicada para ti. 

Há algumas ferramentas de auto-avaliação destas componentes, como por exemplo, o simulador do perfil de investidor do Doutor Finanças

Antes de investires na bolsa, lembro a importância da criação de um fundo de emergência antes de qualquer investimento com risco, isto é, ter o equivalente a 3 a 6 meses de despesas essenciais num local seguro e acessível a qualquer momento (facilmente mobilizável), como uma conta poupança.

A partir daqui, só faltam dois passos: escolher uma corretora e começar a investir. O mais importante ao escolher uma corretora é, antes de mais, ver se está na lista de intermediários autorizados da CMVM para garantirmos que é uma plataforma de confiança. 

Depois disto, devemos olhar para as comissões e facilidade de uso. 

Ainda, podes optar por investir através dos bancos tradicionais. Enquanto os bancos tradicionais oferecem familiaridade e integração de serviços, plataformas digitais como a XTB ou a Interactive Brokers destacam-se pelas comissões mais baixas e interfaces mais ágeis. Recomendo atentares ao preçário das plataformas e características a que dás maior importância.

Após esta pesquisa, resta o passo mais interessante: escolher os ativos que vais comprar. Como referido anteriormente, na bolsa transacionam-se ativos como ações, mas também outros instrumentos financeiros como ETFs, obrigações, fundos de investimento, REITs (fundos imobiliários cotados), e até derivados como opções e futuros, embora estes últimos sejam mais complexos e, por isso, recomendados apenas para investidores experientes. 

Como escolher?

As ações representam uma participação no capital de uma empresa. Ao comprares uma ação, tornas-te acionista de uma empresa e podes ganhar dinheiro de duas formas: se o valor da ação subir (mais-valias) ou se a empresa distribuir parte dos seus lucros sob a forma de dividendos. Descobre mais sobre como investir em ações passo a passo aqui.

O que é uma ação? - Imagem ilustrativa

As obrigações são títulos de dívida emitidos por empresas ou Estados. Ao investir numa obrigação, estás a emprestar dinheiro ao emissor e recebes, em troca, juros periódicos até ao reembolso do valor investido (chamados cupões). São geralmente menos voláteis do que ações e menos líquidos, mas também com retornos mais moderados. Lê mais sobre o que são e como investir em obrigações.

O que é uma obrigação? - Imagem ilustrativa

ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que replicam índices ou setores específicos e são transacionados em bolsa como se fossem ações. Permitem uma diversificação automática com custos reduzidos e são ideais para quem quer investir em várias empresas ou obrigações com uma única compra. O índice mais conhecido é o S&P 500, que te dá exposição ao mercado norte-americano. Também podes ganhar exposição ao equivalente no mercado europeu, o STOXX 600

O que é um ETF? - Imagem ilustrativa

Os Fundos de investimento são carteiras geridas por profissionais (ao contrário dos ETFs, que apenas replicam um índice) que aplicam o dinheiro dos investidores em diferentes ativos (ações, obrigações, etc.). São uma opção prática para quem prefere delegar a gestão a profissionais, embora tenham comissões mais elevadas do que os ETFs. 

Podes simular os retornos futuros de acordo com a tua estratégia na nossa calculadora

Os três pilares dos investimentos

  1. Não coloques os ovos todos na mesma cesta

Com certeza que já ouviste dizer que, nos investimentos, não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta. Isto significa não estar dependente de um ativo ou setor para os teus retornos, ou seja, “apostares” na diversificação. 

"Não coloques todos os ovos no mesmo cesto"

Para perceberes os benefícios da diversificação, imagina que investiste apenas em ações do setor energético. Se surgir uma nova legislação que penalize esse setor (por exemplo, no contexto das alterações climáticas) todo o teu investimento pode ser afetado negativamente. Agora, imagina que o teu portefólio está diversificado entre diferentes setores, como energia, tecnologia, saúde e consumo. Mesmo que o setor energético seja penalizado, os outros setores podem manter-se estáveis ou até valorizar-se, compensando as perdas. Assim, a diversificação funciona como um “amortecedor” que protege o teu capital contra riscos específicos de um setor ou empresa.

Em resumo: quanto mais diversificado estiver o teu portefólio, menor será o impacto de um único ativo ou setor. Isto ajuda-te a proteger o teu dinheiro de imprevistos e a investir com mais segurança. 

  1. As melhores decisões financeiras nascem do conhecimento.

É igualmente importante investires apenas naquilo que percebes. Por exemplo, não deves comprar ações individuais de empresas se não as conheces com um grande detalhe e não percebes quais os riscos que podem comprometer a sua performance.

Por esta razão, muitas pessoas preferem investir em ETFs ou fundos de investimento, poupando tempo e garantindo uma maior diversificação. Os ETFs têm ganho muita adesão nos últimos anos pela sua simplicidade: um único instrumento está exposto a uma economia ou indústria como um todo, cobrando taxas muito reduzidas. Por exemplo, os ETFs que estão expostos ao S&P 500, o índice mais conhecido dos EUA, têm tido retornos na ordem dos 10% ao ano, quando analisados numa perspetiva de 20 anos.

  1. Devagar e com constância vence-se a corrida. 

Por último, deves procurar a consistência. Uma vez tomada a decisão de investir para o longo prazo, num certo ETF ou fundo, por exemplo, não te deixes levar por reações momentâneas no mercado. Mantém a tua estratégia e confia no poder do tempo. 

Adicionalmente, para reduzires o atrito, podes automatizar transferências frequentes do teu banco (p. ex. quando recebes o salário).

Erros comuns a evitar

Agora que sabes quais são os principais instrumentos que podes adquirir em bolsa e como fazê-lo, deves ter atenção a estes erros comuns dos investidores.

  1. Entrar no mercado só porque está a “subir”

Este erro põe a emoção à frente da estratégia, uma vez que os investidores o cometem pelo chamado FOMO (Fear of Missing Out), ou seja, o medo de ficar de fora desta subida. O problema é que esta subida pode ser provocada por expectativas demasiado otimistas ou especulação, bastando um contratempo para haver uma contração do valor bolsista, prejudicando quem acabou por comprar mais tarde, no topo da valorização. 

Ainda, quem comete este erro está a focar-se apenas numa tendência de curto prazo, ignorando a sua tolerância ao risco, o horizonte temporal pretendido, e a pesquisa prévia sobre o ativo que, como vimos anteriormente, são pilares essenciais do investimento estratégico. Uma vez estabelecida a estratégia para o longo prazo, não fiques preso nas notícias diárias sobre os mercados.

  1. Tentar prever o curto prazo

A tendência de tentar prever o curto prazo - o chamado market timing -  é um erro, porque exige acertar de forma consistente no momento certo para comprar e vender, algo praticamente impossível e em que quase todos perdem dinheiro! Para além disto, esta vigia constante das cotações cria stress e pode levar a decisões impulsivas, desviando o foco da estratégia desenhada inicialmente. Lembra-te da frase do Warren Buffet: “Time in the Market beats Timing the Market”, ou seja, estares no mercado a longo prazo bate adivinhares o timing do mercado. 

  1. Ignorar comissões e fiscalidade

Apesar de estes custos por vezes parecerem pequenos e, por isso, negligenciáveis, a verdade é que a sua acumulação pode fazer toda a diferença no retorno real dos investimentos. Uma análise cuidada das comissões de cada instrumento e um planeamento fiscal antecipado são, por isso, tão cruciais quanto a escolha dos ativos em si. A decisão da corretora e do instrumento que vais comprar deve ter estes dois critérios em consideração.

  1. Não diversificar

Este é um dos erros mais básicos, porém também mais comuns. Apostar todo o capital num único ativo, setor ou geografia pode ser altamente arriscado. Se algo correr mal com esse investimento, como uma crise setorial ou má gestão, o impacto no teu portefólio será muito maior do que se o teu investimento fosse diversificado.

Diversificar significa “espalhar” o risco: investir em diferentes tipos de ativos (ações, obrigações, ETFs, etc.), setores (tecnologia, saúde, energia, etc.) e até regiões geográficas. Ao fazê-lo, reduzes a probabilidade de perdas elevadas, pois dificilmente todos os ativos perdem valor ao mesmo tempo.

Lembra-te: não é possível eliminar o risco por completo, mas é possível geri-lo de forma inteligente e a diversificação é uma das melhores ferramentas para isso.

  1. Investir sem um plano

Investir sem um plano é olhar o investimento como um jogo de sorte, e não uma decisão estratégica. Sem metas e regras pré-definidas, cada oscilação do mercado pode parecer uma oportunidade imperdível ou um desastre iminente. Deves definir objetivos concretos, estabelecer a quantia e a frequência do investimento, escolher uma alocação diversificada compatível com o teu perfil de risco e comprometer-te a rever o plano periodicamente. 

Impostos

Se tudo correr bem, terás lucros com os teus investimentos e terás de pagar impostos sobre eles. Em Portugal, os ganhos obtidos com mais-valias e dividendos estão sujeitos a IRS.

As mais-valias correspondem, de forma simples, à diferença entre o valor a que compraste e o valor a que vendeste um ativo, descontadas as comissões. Esta diferença é considerada rendimento e deve ser declarada no IRS. Normalmente é tributada a 28%, mas pode ser menor se os investimentos forem detidos durante vários anos.

Os dividendos (ou cupões, no caso de obrigações) estão sujeitos a retenção na fonte, ou seja, a corretora retira automaticamente o imposto antes de te transferir o valor. Essa retenção é de 28% se a corretora ou banco for uma entidade portuguesa, ou até 35% se a corretora estiver no estrangeiro (como a DEGIRO). No entanto, essa retenção não é necessariamente o imposto final: ao preencheres o IRS, tens de declarar os dividendos e o imposto retido, podendo haver lugar a acerto ou crédito fiscal.

Quanto aos fundos de investimento: se estes forem fundos nacionais e o rendimento vier de um resgate, a tributação é automática (retenção na fonte a 28%) e não precisas de o declarar. Já se venderes as unidades de participação a outro investidor (em vez de resgatar ao fundo), terás de declarar a mais-valia no IRS.

Alternativamente, todas estas mais-valias podem ser englobadas, sendo-lhes, nesse caso, aplicada a taxa que resulta do cômputo geral do apuramento dos rendimentos do IRS, mas neste caso apenas são consideradas 50% das mais valias. O englobamento pode ser vantajoso, dependendo dos montantes envolvidos e dos restantes rendimentos, mas o melhor é mesmo simular e ver qual a solução mais económica.

Exemplo: Imagina que compraste ações da EDP por 1.000€ e, passado algum tempo, vendeste essas ações por 1.300€. Durante o tempo que mantiveste as ações, a EDP distribuiu um dividendo de 40€, mas como o teu banco fez automaticamente a retenção na fonte, apenas recebeste 28.8€ na tua conta.

Mais-valias:

  • Lucro com a venda = 1300€ - 1000€ = 300€
  • Imposto sobre mais-valias (taxa autónoma de 28%) = 300€ × 0.28 = 84€

Dividendos:

  • O dividendo de 40€ está sujeito a uma retenção na fonte de 28%
  • Imposto sobre dividendos = 40€ × 0.28 = 11.20€

Assim, o teu imposto total é de 95,20€, dos quais já adiantaste 11.20€ ao Estado via retenção na fonte. O teu rendimento líquido desta operação foi de 244.80€

Para os mais curiosos sobre a fiscalidade, recomendo este guia da Ordem dos Contabilistas Certificados e outro do novobanco. Também recomendo o nosso artigo mais conciso sobre como declarar estes ganhos no IRS.

Exemplo de como comprar uma ação

Chegando aqui, imagina que queres comprar uma ação da NOS. Podes fazê-lo atráves de várias corretoras ou do teu banco como falamos atrás. O processo é similar em todas as plataformas. 

Uma vez escolhida a plataforma, deves pesquisar pela empresa na barra de pesquisa. 

Aqui, para a empresa NOS, tens duas bolsas, a ELI - Euronext Lisbon, a bolsa portuguesa, e a TDG - Tradegate, que é uma bolsa detida pela bolsa alemã, habitualmente com horários mais alargados. 

As taxas também podem ser diferentes. No meu caso, prefiro a bolsa nacional, por ser a do mercado de origem. Escolho, então a primeira opção. 

Comprar uma ação da NOS na plataforma DEGIRO

Uma vez escolhida a empresa, tens de criar a ordem de compra ou venda. Há uma série de características que deves ter em conta. Primeiro, se queres uma ordem de compra ou venda. Depois, se a ordem deve expirar no fim do dia se não for executada ou ao fim de mais tempo. 

De seguida, o tipo de ordem. No meu caso, será ordem limitada, ou seja, eu quero comprar a NOS a um certo preço pré-determinado.

Por fim, preencher o preço ao qual a ordem é executada e a quantidade de ações a comprar. Apenas então, devo colocar a ordem:

Detalhes da ordem de compra na DEGIRO

Pronto, quando a ordem for executada, passarei a ser acionista da NOS.

Nota: Isto não constitui recomendação de investimento. A escolha da corretora e da ação em causa foram totalmente aleatórias. 

Recursos úteis

Alguns recursos que recomendo teres presentes na tua jornada são, por exemplo, o Portal do Investidor da CMVM, onde encontrarás guias, perguntas frequentes, e alertas sobre esquemas fraudulentos. É uma referência importante para perceber o que é seguro e o que deves evitar.

Se te interessam especialmente os ETFs, o site JustETF.com é uma ferramenta excelente. Permite pesquisar e comparar centenas de ETFs disponíveis na Europa, ver comissões, tipo de ativos, o índice que seguem, etc.

Para acompanhar o mercado e estudar ativos, há duas plataformas muito populares: Yahoo Finance e Investing.com. O Yahoo Finance permite criar listas de ações a seguir, consultar indicadores e ver gráficos. Já o Investing.com agrega notícias, dados económicos e atualizações de mercado.

Para além disso, podes manter-te atualizado através dos nossos recursos, em que vais encontrar podcasts, canais de Youtube, eventos e muito mais sobre literacia financeira. Assim, estarás sempre a par do que se passa no mundo financeiro e poderás tomar decisões de investimento mais informadas, seguras e alinhadas com os teus objetivos. 

Conclusão

Investir na bolsa em Portugal é mais fácil do que nunca. Hoje em dia, mesmo com pouco capital, é possível fazer bons investimentos a baixo custo. Porém, esta acessibilidade não dispensa a preparação. É essencial teres conhecimento sólido, disciplina e uma visão de longo prazo.

Define objetivos claros, constrói primeiro um fundo de emergência, escolhe uma corretora regulada com comissões competitivas e adota uma estratégia diversificada que consigas manter mesmo quando o mercado oscila. Só assim transformarás a bolsa num verdadeiro aliado na construção do teu património.

Nota: não sou consultor financeiro. Este artigo reflete apenas a minha opinião. Faz a tua pesquisa antes de qualquer investimento e não invistas no que não percebes.

Autor
Tiago Freitas é licenciado em Economia e está a concluir o mestrado em Finanças na Católica Lisbon SBE, onde exerce a função de research assistant. Concluiu o nível I do CFA, e pretende contribuir para o aumento da literacia financeira dos Portugueses.